quinta-feira, 4 de junho de 2009

Desabafo


A cama com o lençol esticado no alto da beliche e a televisão com vazios programas, é que me fazem ficar no silêncio do meu quarto, automaticamente, refletindo sobre a vida. Talvez eu estivesse diante de uma crise da adolescência. Mas logo agora em que estou no último ano dela? Talvez não! Talvez eu esteja com medo, preocupada com o futuro. Analizando-me, percebi que eu, literalmente, não sinto saudade de NADA! Lembranças do passado não me machucam, pessoas, agora distante, não me fazem umidecer os olhos... eu não me sinto apegada a nada! Até porque, exageradamente falando, talvez eu não tenha passado até agora por algum momento em que me desse vontade de parar o tempo e viver para sempre aquele instante. Será que eu nunca fui feliz? Será que eu não sou feliz? 'Tá aí! Estou perdida no caminho, sem mapa, sem norte, sem sul... então vamos pela dedução! Sim, e se for isso? O que fazer? Dirão:"Corra atrás da sua felicidade!". Sim, irei! Mas aonde ela está? E o mais importante, o que ela é? No que se baseia a minha felicidade? Se eu tivesse uma argila ainda mole nas minhas mãos aonde eu pudesse manuziá-la e esculpir a minha "tal felicidade", quem sabe eu teria uma noção! Porém, não estou copiando uma famosa frase de ninguém, mas é extremamente complicado ser eu! Sim, e muito! Porque talvez a sua mãe esteja certa ao dizer aquelas ofensivas coisas, tais como:"Você não vai ser nada!" ou "Você vai ainda quebrar muito a cara", só porque seu jeito de pensar, ou como você anda levando a vida não esteja sendo como ela levou a dela. Talvez você tenha que parar de reclamar e apenas levantar e fazer algo. Mas fazer o que? Você quer fazer? Você tem noção do que fazer? Não, eu não tenho! E se eu estiver fazendo tudo errado? E se eu estiver sendo burra? Quem sabe! Mas eu tenho que sentir e ver isso, não confiar nas pragas de mães que adoram programar as mortes dos filhos. "Você um dia ainda vai ser acertado por uma bala perdida quando sair assim a noite e volta tarde." ou "Você? Rã, só quando estiver na ruína vai entender o que eu estou falando." Olha eu entendo sim. Mas desculpa se é muito café pra pouca xícara. POR FAVOR, me deixe errar! Eu preciso cair! Apenas me informe tal caminho, mas não precisa dizer que se eu não fizer tal coisa eu vou sofrer. Não me deixe com medo de viver, não me deixe com medo de errar. Errar é tão bonito. Não me deixa com medo de abrir os olhos e ter que pensar no que fazer. Porque eu preciso ter grana, eu preciso ter casa, eu preciso casar, eu preciso ter um emprego. Eu sei! Mas me deixa ser quem eu sou na hora que eu tiver que ser. Eu complico pra explicar, porque se eu fosse explicar certamente eu complicaria. Mas, mesmo parecendo uma pobre coitada por mais que eu odeie, eu necessito dizer que estou me sentindo sozinha, insegura... eu me preocupei tanto com o bem-estar das pessoas que eu amava. Amigos na verdade. Porque os de casa, amo! E muito! Mas talvez não fomos educados à tal irmandade, fraternidade, companheirismo. Parece que estamos ali cumprindo ordem: "Você é o irmão mais velho, faça isso. Você é a mãe, terá que fazer isso. Você é a mais nova, então não faça nada disso" E se ao invés de apenas respeitar a hierarquia de uma família, pudéssemos fazer aquilo que o coração mandasse? Enfim... deixa essa educação para meus filhos. O que interessa é que me dedico ao máximo e amo ao máximo às pessoas que invadem minha vida a modificando de algum modo. E hoje, aliás AGORA me pergunto se alguma vez eu me preocupei com o meu bem-estar. Eu quero ver a sinceridade dos poucos braços erguidos quando eu perguntar quem fez algo para se tornar propositalmente importante para mim. Quem se preocupou com o que eu iria sentir, ou apenas pensar, diante de tal ato que você fizesse e que me magoaria. Eu quero expressões verdadeiras, olhos negros e firmes me dizendo não pela frente, e concretizando o não por trás. Eu não quero respostas que me agradem, pelo contrário, quero debater, quero falar, quero expressar minha opinião... Eu sou imperfeita no meu modo perfeito de ser. Porque nem a verdade dos sentimentos que trago comigo me fazem me sentir melhor e mais feliz. Eu quero agora fazer as coisas porque eu quero e não me importa se eles vão se magoar, eu quero me importar apenas com as minhas intenções e ser inocente até que ME provem o contrário.

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