terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Antiga Nova Vida Selvagem


leve de mim o que um dia me perteceu

aquilo que me afastava, como a época errada para um Judeu

fuja com esses meus pecados, eles não me servem mais

não pretendo lutar pelo fim da guerra, viverei apenas a minha paz

suma e carregue contigo toda a dor dentro de sua bagagem

não preciso de nenhum torpor, até me sobra coragem


deixe eu ser guiada pelo sol: quando ele for se deitar, eu irei, então.

deixe a chuva me molhar e o vento me secar como gratidão

de me manter ainda viva, com olhos de gatos na escuridão

deixe o trovão servir para me despertar

deixe eu contar estrelas pro tempo passar


quinta-feira, 26 de novembro de 2009


Sempre me culpei por não conseguir guardar mágoas, porque assim parecia que eu estava somente dando mais espaços para ofensas, mas Deus me fez enxergar que é por esse fato que eu levanto todo dia renovada, ainda com a ferida aberta, mas pronta para esperar ela cicatrizar sem medo de ficar marcas. Esperançosa, feliz, confiante e sorridente a ponto de desejar "Bom dia" à quem me fez ter uma péssima noite.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

"Por favor" - peço, quase suplico - "Sua estadia em minha mente tem provocado moradia permanente em meu coração. Mas tem sido tão inadimplente! Não deves acreditar que resides aqui por galardão. Então, saia! Não tem feito-me bem sua ocupação nesse orgão tão incapaz de ouvir seus superiores. Eu exerço poder nesse conjunto de abrigos de emoções que se faz meu corpo, e por há temos não mereces ser inquilino em meu coração"

terça-feira, 14 de julho de 2009


(...) hoje ele disse que quer me ter
mas se não tivéssemos vícios de linguagem,
você entenderia sem errar
o que ele quis dizer de verdade
o que ele quis dizer na verdade?

domingo, 28 de junho de 2009

Girassol


Venero-te como meu dono acompanhando sua luz.

Não me satisfaço apenas com a claridade que me transmite, quero ter você mais perto.

Se não houvesse raizes me estacionando para todo o sempre aqui, tentaria voar para entender seu dourado brilho.

Estarei firme esperando ansiosamente pelo seu raiar e te acompanharei com ardor até seu declínio ao mar.

Você tão perdido nesse imenso azul e eu tão deslocado nesse campo verde que me cerca.

Por que não me desmanchar em pétalas por algum desses tão mais próximos e aparentemente iguais a mim?

Impossível. Aqui estamos todos esperando sua posição para apenas acompanhar.

segunda-feira, 15 de junho de 2009


"...não tenho o menor medo de perder-te, não por prepotência e sim porque sei que é inútil que o sol juri que ao anoitecer ele não se renderá ao mar."

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Poder não poder


Tento manter-me firme diante de suas perguntas já quase afirmadas. Te contradigo para não enxergar em mim reações que possas observar em outras. Na verdade, concordo em silêncio com quase tudo que canta de sua boca. Entregar-me com minhas confirmações seria fácil demais, mas concordo que se for para sofrer, que seja por alguém com a espécie que enleva como a tua. Longe, vindo em minha direção, já conheço por sombra seu jeito de andar com passos macios, como se estivesse flutuando. Ao se tocar de minha presença, erguendo os braços para um abraço, o ruído do seu sorriso desperta e atiça meu principal membro vital, solapando toda a minha calma. Ainda não sei se me extasia por ser diferente, ou por eu querer que seja diferente. Há vários riscos que posso correr e posso correr de todos os riscos. Posso pagar para ver, ou ir embora sem deixar dívidas ao meu coração. Posso deixar bem claro que por mais que eu ainda não reconheça e saiba exemplificar o que sinto, andas fazendo moradia em meu pensar, e posso deixar tudo subentendido para que entendas como te interessar.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Desabafo


A cama com o lençol esticado no alto da beliche e a televisão com vazios programas, é que me fazem ficar no silêncio do meu quarto, automaticamente, refletindo sobre a vida. Talvez eu estivesse diante de uma crise da adolescência. Mas logo agora em que estou no último ano dela? Talvez não! Talvez eu esteja com medo, preocupada com o futuro. Analizando-me, percebi que eu, literalmente, não sinto saudade de NADA! Lembranças do passado não me machucam, pessoas, agora distante, não me fazem umidecer os olhos... eu não me sinto apegada a nada! Até porque, exageradamente falando, talvez eu não tenha passado até agora por algum momento em que me desse vontade de parar o tempo e viver para sempre aquele instante. Será que eu nunca fui feliz? Será que eu não sou feliz? 'Tá aí! Estou perdida no caminho, sem mapa, sem norte, sem sul... então vamos pela dedução! Sim, e se for isso? O que fazer? Dirão:"Corra atrás da sua felicidade!". Sim, irei! Mas aonde ela está? E o mais importante, o que ela é? No que se baseia a minha felicidade? Se eu tivesse uma argila ainda mole nas minhas mãos aonde eu pudesse manuziá-la e esculpir a minha "tal felicidade", quem sabe eu teria uma noção! Porém, não estou copiando uma famosa frase de ninguém, mas é extremamente complicado ser eu! Sim, e muito! Porque talvez a sua mãe esteja certa ao dizer aquelas ofensivas coisas, tais como:"Você não vai ser nada!" ou "Você vai ainda quebrar muito a cara", só porque seu jeito de pensar, ou como você anda levando a vida não esteja sendo como ela levou a dela. Talvez você tenha que parar de reclamar e apenas levantar e fazer algo. Mas fazer o que? Você quer fazer? Você tem noção do que fazer? Não, eu não tenho! E se eu estiver fazendo tudo errado? E se eu estiver sendo burra? Quem sabe! Mas eu tenho que sentir e ver isso, não confiar nas pragas de mães que adoram programar as mortes dos filhos. "Você um dia ainda vai ser acertado por uma bala perdida quando sair assim a noite e volta tarde." ou "Você? Rã, só quando estiver na ruína vai entender o que eu estou falando." Olha eu entendo sim. Mas desculpa se é muito café pra pouca xícara. POR FAVOR, me deixe errar! Eu preciso cair! Apenas me informe tal caminho, mas não precisa dizer que se eu não fizer tal coisa eu vou sofrer. Não me deixe com medo de viver, não me deixe com medo de errar. Errar é tão bonito. Não me deixa com medo de abrir os olhos e ter que pensar no que fazer. Porque eu preciso ter grana, eu preciso ter casa, eu preciso casar, eu preciso ter um emprego. Eu sei! Mas me deixa ser quem eu sou na hora que eu tiver que ser. Eu complico pra explicar, porque se eu fosse explicar certamente eu complicaria. Mas, mesmo parecendo uma pobre coitada por mais que eu odeie, eu necessito dizer que estou me sentindo sozinha, insegura... eu me preocupei tanto com o bem-estar das pessoas que eu amava. Amigos na verdade. Porque os de casa, amo! E muito! Mas talvez não fomos educados à tal irmandade, fraternidade, companheirismo. Parece que estamos ali cumprindo ordem: "Você é o irmão mais velho, faça isso. Você é a mãe, terá que fazer isso. Você é a mais nova, então não faça nada disso" E se ao invés de apenas respeitar a hierarquia de uma família, pudéssemos fazer aquilo que o coração mandasse? Enfim... deixa essa educação para meus filhos. O que interessa é que me dedico ao máximo e amo ao máximo às pessoas que invadem minha vida a modificando de algum modo. E hoje, aliás AGORA me pergunto se alguma vez eu me preocupei com o meu bem-estar. Eu quero ver a sinceridade dos poucos braços erguidos quando eu perguntar quem fez algo para se tornar propositalmente importante para mim. Quem se preocupou com o que eu iria sentir, ou apenas pensar, diante de tal ato que você fizesse e que me magoaria. Eu quero expressões verdadeiras, olhos negros e firmes me dizendo não pela frente, e concretizando o não por trás. Eu não quero respostas que me agradem, pelo contrário, quero debater, quero falar, quero expressar minha opinião... Eu sou imperfeita no meu modo perfeito de ser. Porque nem a verdade dos sentimentos que trago comigo me fazem me sentir melhor e mais feliz. Eu quero agora fazer as coisas porque eu quero e não me importa se eles vão se magoar, eu quero me importar apenas com as minhas intenções e ser inocente até que ME provem o contrário.

domingo, 31 de maio de 2009

Concerto de Trechos















Analisando cada vírgula
cada palavra bem colocada
tirando música de qualquer ruído
arrancando extrema claridade de um lampião
sentindo o mar através de uma gota
procurando declarações em qualquer frase bonita
por mais que não seja exatamente dita
observando um zoológico diante de uma formiga.
Assim sigo!
Faça o que for, fale o que for, vá aonde queiras
contudo deixe pedras pelo chão para saber voltar
e quando recoar verás que com suas pedras deixadas
construí um carinho sólido para quando houver necessidades de precisar do meu!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Rave Cardíaca


Sei que esse som de duas batidas sequenciadas tem atormentado-te feito um martelo acertando seu prego, porém não se exalte! Doravante ordenarei que meu coração dance vagarosamente e com cautela para não apresentar barulhos de grande extensão quando mais uma vez, através de minha mente, ele sentir sua imagem e assim enquietar-se!

domingo, 24 de maio de 2009

Obviedades


Eu me sentia agoniada, tendo em mente a certeza de sentir a falta de algo. Antes de sair de casa e pôr os pés na rua, revirei minha bolsa para constatar que não havia esquecido algo por inadvertência. Mas curiosamente, nesse aspecto eu não senti a ausência de coisa alguma. Tendo essa certeza continuei meu caminho me arriscando ao contrariar a loucura do meu corpo que me fazia sentir, ainda, a falta de algo. Logo uma lufada veio em minha direção fazendo meus cabelos dançarem e meu nariz inalar aquele odor já tão familiar: o seu. Idealizei por automático seu rosto e, então, aquela sensação de esquecimento fez jus ao seu nome e tratou de deixar-me. Me senti injustiçada! Só pelo fato de não ter pensado, ainda naquele dia, o quanto eu te amava, eu me sentia como se estivesse faltando um membro vital. E desde quando eu preciso lembrar que para não morrer é necessário respirar? Eu, heim!?

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